O pacote de medidas para combater a crise econômica, anunciado ontem (11/12) pelo governo, pode ajudar as fabricantes de computadores. Apesar de não atingir a indústria de TI diretamente, o aumento do consumo pode favorecer o segmento.
“As medidas mais diretas são para outro tipo de indústria, mas não importa, se viabilizar mais consumo a indústria de TI ganha”, afirma Fernando Meirelles, professor da FGV de São Paulo. “Não importa, 80% do nosso problema hoje é psicológico e não real”, completa o professor.
Para Roberto Troster, consultor da Integral Trust e ex-economista chefe da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), o pacote é limitado. “As ações do governo para conter a crise são demoradas e dispersas”, analisa o economista em palestra promovida pela Spread, que fornece serviços de terceirização de TI e Telecom e BPO.
Nem mesmo para a indústria automotiva, principal alvo do pacote, as medidas devem resolver os problemas, segundo Troster. “Não é reduzindo o IPI que vai ser possível tirar os carros parados nos pátios das montadoras”, diz.
Troster acrescentou que o Brasil já vinha dando sinais que poderia ter problemas de crédito antes mesmo da crise. Outra questão que pode impactar no mercado de TI é o valor do dólar. De acordo com Troster, as condições atuais indicam que a moeda americana deve se estabilizar entre 2,40 reais e 2,50 reais. “No início, achava que poderia ficar em 2 reais”, ressaltou o economista.
O pacote anticrise do governo reformula a tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas (IRPF), reduz o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e isenta carros com motores até 1.0 do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
As mudanças no IRPF criaram mais duas alíquotas: 7,5% e 22,5% (atualmente, existem apenas as taxas de 15% e 27,5%). Os salários até 1.434 mil reais ficam isentos, e deste patamar até 2.150 mil reais vão pagar 7,5%; de 2.151 mil reais a 2.866 mil reais a alíquota será de 15%; de 2.,867 mil reais a 3.582 mil reais fica na faixa de 22,5%; e daí em diante pagam 27,5%.
Fonte Computerworld
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