Projetos de TI podem ser adiados, mas tecnologias que reduzem custos ganham espaço durante a crise.
Estas são algumas das conclusões da IDC Brasil, que elaborou um relatório com inibidores e aceleradores para o mercado brasileiro no período de crise.
Segundo Reinaldo Roveri, gerente de pesquisas da IDC Brasil, o mercado de tecnologia da informação terá tantos desafios quanto oportunidades nos próximos meses.
Na avaliação da consultoria, alguns projetos poderão ser adiados ou até mesmo cancelados nos próximos seis meses, em função das incertezas sobre o dólar e das restrições ao crédito.
Além disso, a área financeira terá maior controle sobre o orçamento de TI, podendo tornar os processos mais lentos e os gastos mais restritos.
Outra possível conseqüência é um orçamento mais limitado para subsidiárias, segundo Roveri. “As multinacionais serão mais conservadoras, podendo diminuir os investimento nas filiais”, apontou o analista.
A IDC acredita ainda que uma fuga de capitais do País pode elevar ainda mais o dólar, encarecendo os produtos na área de tecnologia.
Por fim, a consultoria aponta que se a recessão afetar a exportação de commodities, empresas como Cutrale, Friboi e Vale do Rio Doce – grandes compradoras de tecnologia – podem restringir os investimentos no setor.
Mas a IDC destaca que o câmbio também pode favorecer estas empresas, tornando os produtos mais competitivos. “A Vale já anunciou que não restringir os investimentos, por exemplo”, lembra Roveri.
A consultoria aponta ainda outros possíveis aceleradores do mercado. Segundo Roveri, o crescimento do mercado em 2008 ainda deve ficar em pelo menos dois dígitos. A previsão inicial da IDC era de um faturamento de US$ 26,8 bilhões com soluções de tecnologia em 2008 no Brasil.
Quanto ao dólar, a consultoria aponta que o Banco Central está acompanhando os efeitos da crise e tomando medidas proativas para evitar que a cotação dispare.
A consultoria considera ainda que as empresas podem recorrer à tecnologia para buscar redução de custos. “A boa notícia é que os investimentos em TI já não são mais dispensáveis”, aposta Roveri.
Segundo o especialista, tecnologias como virtualização, software como serviço, soluções de telecom baseadas em IP e tecnologias da web 2.0 devem ganhar impulso neste cenário.
Novas regulamentações financeiras decorrentes da crise também podem motivar investimentos em software e serviço para adequação a processos, acredita o analista.
Fonte: Info Online
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